PCP condena <br>ingerência imperialista
O Partido Comunista Português apela à solidariedade para com o governo bolivariano, o povo e as forças revolucionárias e progressistas da Venezuela, alvo de ameaças e agressão por parte dos EUA.
É necessário denunciar e desmascarar as manobras em curso
Em nota divulgada anteontem, o PCP «reafirma a sua solidariedade à Revolução Bolivariana e ao povo venezuelano e condena a campanha de desestabilização e agressão orquestrada pelo imperialismo norte-americano contra a soberania e a independência da Venezuela. Uma campanha que se insere na acção de ingerência e crescentes ameaças à soberania e direitos dos povos na América Latina promovidas pelos Estados Unidos com o objectivo de restaurar a sua hegemonia neste sub-continente».
«Associando-se à Jornada Mundial de Solidariedade com a Venezuela, o PCP sublinha a importância do processo bolivariano e das conquistas alcançadas na Venezuela», lembrando que decorreram já «17 anos de intensas lutas e grandes jornadas de mobilização popular», bem como o «seu contributo para as mudanças e avanços progressistas que tiveram lugar nos últimos anos na América Latina e Caraíbas».
No texto, o PCP sublinha, igualmente, que este foi «um percurso em que as massas populares e as forças revolucionárias e progressistas venezuelanas enfrentaram a permanente campanha desestabilizadora da oligarquia enfeudada à agenda subversiva delineada em Washington, que não hesita em recorrer à violência – como no derrotado golpe de Estado de 2002 – e à guerra económica contra o processo bolivariano».
Responder à ofensiva
«Neste contexto, assume especial gravidade a recente decisão da administração Obama de renovar a “Ordem Executiva” de 2015 que, inaceitavelmente, considera a Venezuela uma «ameaça incomum e extraordinária» para a «segurança nacional e a política externa dos Estados Unidos» e amplia as sanções e ameaças dirigidas contra aquele país. No mesmo sentido, enquadram-se recentes apelos na imprensa norte-americana a uma “intervenção política” contra a Venezuela, a pretexto da aplicação da famigerada “Carta Democrática” da Organização de Estados Americanos», acrescenta o Partido.
Para os comunistas portugueses, é necessário «denunciar e desmascarar as manobras em curso contra a República Bolivariana da Venezuela». Reafirmando o direito do povo venezuelano a «decidir soberanamente sobre o seu destino», o PCP «solidariza-se com o governo constitucional do Presidente Nicolás Maduro, o Partido Comunista da Venezuela (PCV) e o Partido Socialista Unido da Venezuela e demais forças que defendem as conquistas e avanços alcançados e seu aprofundamento em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo venezuelanos».
«Cientes das complexas ameaças e dificuldades enfrentadas pela Venezuela – acentuadas pela baixa provocada das cotações internacionais do petróleo e os efeitos económicos decorrentes da crise estrutural do capitalismo –, mas confiando em que pela resistência e luta das forças revolucionárias e patrióticas venezuelanas se poderão travar os intentos daqueles que querem reverter o processo bolivariano», o PCP «apela à solidariedade com a Venezuelana bolivariana, pela liberdade, soberania e emancipação social, a paz e cooperação entre os povos».
Declaração conjunta
A propósito do dia de acção global de solidariedade para com a Venezuela e das crescentes ameaças norte-americanas, 43 partidos comunistas e operários (entre os quais o PCP,) nove outros partidos e 11 organizações sociais subscreveram um texto comum em que manifestam «contundente apoio, firme solidariedade e pleno apoio ao povo venezuelano, ao governo liderado pelo presidente constitucional Nicolás Maduro, ao PCV e ao Comité de Solidariedade Internacional (COSI), organização membro do Secretariado Executivo do Conselho Mundial da Paz, vítimas de uma abominável e nova escalada de ingerência por parte do imperialismo norte-americano que constitui o prelúdio de uma declaração de guerra».
O subscritores decidiram, também, exigir a derrogação do infame decreto assinado pelo presidente Barack Obama; apelar as movimento sociais e organizações que aglutinam e representam a classe operária e o povo trabalhador a demonstrarem a sua solidariedade militante com a Venezuela nas jornadas do 1.º de Maio; promover acções de repúdio à ingerência e em defesa do legítimo direito da Venezuela à autodeterminação e soberania, e denunciar a iniciativa terrorista concertada de 26 ex-presidentes latino-americanos e um espanhol, que solicitaram à Organização de Estado Americanos a aplicação da Carta Inter-americana contra a vontade do povo venezuelano.